Dois
anos após o sucesso de Epica, o Kamelot retorna ao estúdio para gravar a
continuação da saga de Ariel e colocar fim a história com um dos discos
mais aclamados de sua carreira.
“The Black Halo” gira em torno da
batalha entre o bem e o mal, vida e morte. Ariel é motivado a deixar
tudo para trás em sua busca pela verdade definitiva. Ele viaja ao outro
lado do mundo mas logo se afunda no abismo das drogas. No seu desespero
por causa de um amor perdido, ele apela para o diabo, que aparece na
forma de uma linda mulher. Ele cai pelos encantos do Diabo, e faz um
pacto com ele: Ariel pode ter todas as suas necessidades ou desejos
carnais atendidos durante sua busca, mas se ele chegar a um ponto onde
se der por satisfeito, o Diabo terá sua alma. Juntos eles partem em uma
fantástica expedição.
1. March Of Mephisto
No momento de fraqueza de Ariel, Mephisto influencia a vontade do
alquimista até seu ponto mais alto. Ele encontra Marguerite, uma linda
garota da cidade. Ela parece e soa como Helena. Em uma tentativa de
consolar Ariel, Mephisto a entrega a ele, abrindo o caminho para sua
sedução. Seu controle e poder sobre Ariel são representados musicalmente
pelas cordas do baixo e guturais (próprios do gênero death). Ele
convence Ariel a seguir por este modo de ação. Assim, como Ariel seduz o
corpo de Marguerite, Mephisto seduz a mente de Ariel.
2. When The Lights Are Down
Ambas seduções estão completas. Mephisto ganha o controle sobre a
vontade de Ariel, e o ilusório desejo ardente por Marguerite está
consumado. Os dois dormem juntos. Mais tarde, a mente de Ariel emerge da
força de Mephisto e ele se dá conta com quem ele dormiu. Ele tem
saudade de Helena e assim que sua mente começa a se recuperar, lembra de
sua morte e dos eventos que conduziram a isto.
3. The Haunting (Somewhere In Time)
Ariel se explica a Marguerite o melhor que pode. Ele explica que a viu
como uma mera sombra de sua amada morta, que quaisquer sentimentos que
ele tem por ela são mera fachada de seu amor por Helena, e que ele nunca
poderá amá-la da maneira que ela o ama. Em um trágico e comovente
dueto, ele insiste a ela para deixá-lo e esquecê-lo. Mas ele diz que,
talvez, eles possam um dia reunir-se. Com isso, ele parte, para nunca
vê-la novamente.
4. Soul Society
Mais uma vez adentramos na
mente perturbada de Ariel. Ele lamenta as calamidades com as quais a
humanidade é escravizada. Ele tem curiosidade de saber como o mal e o
azar vieram como resultado de suas boas intenções em encontrar a verdade
suprema. Ele comenta a respeito da insignificância da vida humana.
Sobretudo, ele deseja que a humanidade pudesse viver em um livre e
perfeito mundo, mas sabe que isto nunca acontecerá. E mais uma vez, ele é
atormentado por seu papel na morte de Helena e da criança não-nascida.
5. Interlude I: Dei Gratia
Este interlúdio marca a compreensão de Ariel de que ele nunca poderá
encontrar as grandes respostas do universo, e que a verdade suprema deve
encontrar-se sozinha no Paraíso.
6. Abandoned
Com isso,
Ariel é golpeado por uma repentina constatação: Por causa dos pecados
que cometeu e da promessa indissolúvel que fez a Mephisto, ele rompe
qualquer possibilidade de conexão com o divino. Ele nunca poderá entrar
no Paraíso, ver Helena novamente e encontrar a verdade suprema. Pela
primeira vez, ele percebe que está verdadeiramente sozinho.
Musicalmente, começa como uma leve balada, gradualmente estabelecendo
uma “balada power” (com mais força). Perdido e confuso, ele grita em
desespero a Deus. Confuso, deixa Mephisto, perambula pela Cidade e
atravessa o ainda congelado rio.
7. This Pain
Em sua mente,
Ariel olha para trás em sua jornada. Ele reflete sobre ter abandonado
Helena e sua morte como resultado, e seu abandono de Marguerite. Ele
desamparou as duas mulheres que o amaram. Ele percebe que ele é a causa
deste sofrimento e dor e que nunca será livre das consequências de suas
ações.
8. Moonlight
Ariel decide que possivelmente não poderá
arrepender-se de tudo o que que fez, e que mesmo que pudesse, mero
arrependimento não seria o suficiente. Isto o tira de seu devaneio e o
põe em ação. Partindo sob a luz do luar, ele navega de volta pelo agora
derretido rio, à procura de Mephisto. Atravessado (o rio), ele
aproxima-se do castelo do demônio.
9. Interlude II: Um Assassinio Molto Silenciozo
Parado do lado de fora do castelo, Ariel olha para a lua cheia,
imaginando se algo além da morte e condenação encontra-se em seu futuro.
10. The Black Halo
Um desfiador Ariel renuncia a si mesmo pela morte. Ele denuncia
Mephisto como um mentiroso e traidor, e o desafia. Ele não mais teme a
eterna escuridão que inevitavelmente aguarda. Ele decide viver uma vida
de pureza e bondade assim como Helena, mesmo sabendo que é tarde para
ele escapar da condenação. Ele abraça a justiça, não por alguma
recompensa – não há esperança para isto – mas simplesmente para ser
justo.
11. Nothing Ever Dies
Ariel reflete que cada humano,
durante toda sua história, luta com as mesmas questões sobre certo e
errado, amor e luxúria, justiça e pecado, fé e doutrina. Em um repentino
momento de clareza, ele chega a uma profunda constatação: Amor,
incluindo o amor entre Helena e ele mesmo, é a única verdade universal.
Nesta revelação, ele percebe que ele não somente soube desta verdade
durante este tempo, mas que, em parte ele a criou.
12. Memento Mori
Esta constatação faz com que Ariel entre em um momento de supremo
contentamento, colocando seu negócio com Mephisto em ação. Musicalmente,
começa quase como uma balada, mas rapidamente cresce em velocidade e
intensidade. Neste momento, enquanto a alma de Ariel deixa seu corpo,
tudo começa a se acertar dentro de sua mente. Ele entende finalmente
que, mesmo encontrando esta verdade universal do amor, ele nunca poderia
estar verdadeiramente satisfeito neste mundo. Que a morte vem para cada
um. Que nenhum humano é simplesmente bom ou mau. Que sozinho ele é o
mestre de seu destino, e que cria o sentido de sua própria vida. Que
cada um tem suas próprias crenças, e que ninguém é infalivelmente
correto. Com esta final revelação existencial, sob a promessa
indissolúvel de Mephisto, a alma de Ariel parte. Mas ela não vai para as
garras de Mephisto. Tendo rejeitado o mal mesmo diante da certa
condenação, Ariel, além de toda esperança, redimi-se finalmente. Sua
alma é salva, e sobe ao Paraíso para se juntar à Helena. Mephisto, com
sua aposta divina perdida, é lançado para sempre no Inferno.
Musicalmente, isto é mostrado através de seus longos grunhidos e gritos
de lamento. A canção retorna à balada a qual a começou. Aqui a história
de Ariel propriamente termina. Mas há um pouco a mais para o conto.
13. Interlude III: Midnight – Twelve Tolls For A New Day
Em uma inversão do “Prólogo no Teatro” de Fausto, de Goethe, nós vemos
que este conto é de fato uma peça em cartaz no festival de New York na
cidade de Gatesville.
14. Serenade
Um enriquecedor - em passo
médio e veloz – tributo à comédia e à tragédia, vida e morte, alegria e
sofrimento. A mensagem absoluta de renovação é dada no penúltimo verso:
“O que o inverno traz, senão uma outra primavera?”